Há pouco tempo estávamos lendo uma notícia sobre um tomate perdido no espaço, era de esperar que logo teríamos notícias sobre mais experimentos fora deste planeta.
E tínhamos razão. Em um evento sem precedentes, a Varda Space Industries conseguiu cultivar um medicamento para o tratamento do HIV, e não o fizeram na Terra.
Foi um marco na pesquisa médica e na ciência espacial, que já superou seu segundo desafio: trazê-lo de volta ao nosso planeta.
Do espaço para a Terra
A odisseia começou em junho de 2023, após o lançamento da primeira fábrica de medicamentos espaciais da Varda, que viajou a bordo de uma nave espacial fornecida pela Rocket Lab, a empresa de Jeff Bezos.
Já em órbita, o projeto conseguiu cultivar cristais de ritonavir em microgravidade. Sua hipótese, de acordo com pesquisas apoiadas pela NASA, era que tais condições poderiam ajudar a gerar cristais maiores, mais puros e eficazes para o tratamento do HIV.
No entanto, o problema veio depois. Trazer essa valiosa carga de volta à Terra se tornou uma odisséia quando Varda enfrentou atrasos burocráticos para obter a licença de reentrada da Administração Federal de Aviação (FAA).
O que acontecerá com o medicamento espacial?
Depois de meses de espera - uma vez que o retorno à Terra estava previsto para setembro de 2023 -, finalmente a FAA decidiu conceder permissão para que o medicamento aterrisse no deserto de Utah, uma conquista que se concretizará ainda hoje.
Embora sua outra alternativa fosse pousar na Austrália para evitar os desafios regulatórios, isso não foi necessário e a startup com sede na Califórnia pode comemorar que já fez história.
Esta conquista coloca a Varda como a primeira empresa privada a receber uma licença 'Part 450' sob novas regulamentações, abrindo caminho para futuras missões comerciais de reentrada.
Agora, o seu próximo desafio será uma segunda missão planejada para os próximos meses. Nela, a Varda Space Industries espera cultivar outro tipo de medicamentos e trazê-los para a Terra em um espaço de tempo mais curto.
