O Príncipe das Trevas faleceu. Ozzy Osbourne, conhecido tanto por seu poderoso legado musical quanto por sua personalidade excêntrica e sua incrível capacidade de desafiar a morte, deixa um vazio imenso. Relembramos a vida, a carreira e o impacto de um ícone que conquistou milhões de fãs em todo o planeta.
A notícia atingiu como um riff de guitarra distorcido na manhã desta terça-feira, 22 de julho: John Michael “Ozzy” Osbourne faleceu. A causa de sua morte não foi detalhada nos primeiros relatórios, mas é bem sabido que o lendário músico enfrentou sérios problemas de saúde nos últimos anos, incluindo uma batalha contra o Parkinson e sequelas de um acidente. Ainda assim, Ozzy sempre demonstrou uma resiliência inquebrável, uma característica que o tornou um herói para seus fãs e uma figura maior que a vida em si.

O arquiteto do heavy metal com Black Sabbath.
Nascido em Birmingham, Inglaterra, em 1948, Ozzy Osbourne forjou sua lenda como vocalista do Black Sabbath, uma banda que não apenas criou o heavy metal, mas o fez sombrio, pesado e visceral. Ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, Ozzy lançou álbuns seminais como Paranoid, Master of Reality e Sabbath Bloody Sabbath, cujas atmosferas sombrias e letras introspectivas definiram um gênero. Seu estilo vocal único, às vezes melancólico, às vezes frenético, tornou-se o selo distintivo de uma banda que influenciou inúmeros músicos e subgêneros.

Depois de sair do Black Sabbath no final dos anos 70, Ozzy não apenas não desapareceu, mas construiu uma carreira solo de sucesso, consolidando-se como uma superestrela global. Álbuns como “Blizzard of Ozz” (com o icônico Randy Rhoads na guitarra) e “Diary of a Madman” o catapultaram para a fama mundial, dando-lhe novos hinos do metal como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”. Sua energia no palco, seu carisma indomável e seu gosto pela controvérsia o mantiveram no centro das atenções por décadas.
A emocionante despedida final em Villa Park
Apenas algumas semanas antes de sua partida, o mundo testemunhou um momento histórico que parecia uma despedida épica. Em 5 de julho de 2025, Ozzy Osbourne subiu ao palco pela última vez no show beneficente “Back to the Beginning”, realizado no icônico Villa Park de Birmingham, sua cidade natal. Não foi uma despedida comum; foi uma reunião do Black Sabbath pela primeira vez em 20 anos, com Tony Iommi e Geezer Butler acompanhando-o em um set que fez vibrar 45.000 almas.
Apesar de seus problemas de saúde que o impediram de fazer turnês nos últimos anos, Ozzy demonstrou uma força incrível, entregando uma performance que foi tanto um testemunho de seu espírito indomável quanto um presente para seus fãs. O evento arrecadou uma quantia monumental de 190 milhões de dólares para várias organizações de caridade, incluindo hospitais infantis e fundos para pesquisa de Parkinson, confirmando que o Príncipe das Trevas se despediu com a mesma grandeza e generosidade que o caracterizou ao longo de sua vida. Este concerto não apenas marcou um fim, mas imortalizou seu legado em um evento que entrará para a história do rock e que será lançado como filme em 2026.
Um ícone cultural que transcendeu a música: o amor por sua família
Além dos discos de platina e dos shows esgotados em turnês mundiais, Ozzy Osbourne se tornou um verdadeiro ícone cultural. Seu reality show “The Osbournes” o levou a milhões de lares, revelando um lado mais pessoal e cômico, longe da imagem de “Príncipe das Trevas”. Sua vida foi marcada por excessos, mas também por um amor inabalável por sua família e uma autenticidade brutal que ressoava com seus seguidores. Ele sempre foi ele mesmo, para o bem ou para o mal, e isso lhe rendeu o respeito de uma base de fãs que o seguiu fielmente através de altos e baixos.
Mesmo em seus últimos dias, o amor por sua família continuou sendo palpável: foi precisamente durante seu último show com o Black Sabbath em Birmingham, há apenas algumas semanas, que sua filha Kelly Osbourne recebeu um pedido de casamento de Sid Wilson, um momento íntimo e emocionante que, embora privado, vazou e foi celebrado nas redes sociais, demonstrando como a vida familiar de Ozzy, com seus altos e baixos, sempre foi marcada por um amor inabalável.

Uma lenda até o final
Ozzy não era apenas um músico; ele era uma força da natureza. Ele era o epítome do rock and roll, com todos os seus excessos e genialidade. Sua influência é tão profunda que é difícil imaginar o metal como o conhecemos sem ele. Sua partida deixa um grande vazio no coração do rock, mas seu legado é inapagável.

O legado de Ozzy Osbourne é inegável. Desde seu papel fundamental na criação do heavy metal até seu impacto na cultura pop e sua memorável despedida dos palcos, sua figura perdurará. Que seu espírito descanse em paz, e que sua música continue ressoando alto nos fones de ouvido de milhões, lembrando-nos que o “Príncipe das Trevas” pode ter partido, mas seu reinado no mundo do rock será eterno.
