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Do mito à ciência: Harvard planeja transformar a hibernação na chave para conquistar o espaço

Também servirá para ajudar pessoas com lesões graves dentro da Terra

Referencial: Hibernação Espacial ESA

As condições físicas da Terra moldaram ao longo dos milênios a forma como os seres humanos se adaptam geneticamente. Estamos acostumados a respirar ar, à gravidade e às mudanças de temperatura. Por isso, tudo o que pode acontecer nas missões espaciais, é uma nova aprendizagem sobre como nossos corpos se comportam. E é nesse aspecto que a prestigiosa Universidade de Harvard está desenvolvendo uma solução para que os astronautas resistam melhor às suas missões fora deste mundo.

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Trata-se de um avanço científico que poderia transformar a forma como os humanos empreendem viagens espaciais. Como? Através de um medicamento que promete induzir um estado de hibernação em células e órgãos, o que poderia minimizar os danos físicos associados a longas viagens no espaço.

Retorno a la Tierra del astronauta español, tras viajar al espacio en la nave Soyuz.
Pedro Duque Astronauta espanhol no retorno com a nave Soyuz

Hibernar no espaço: Mito ou ciência?

Não é segredo para ninguém que a Universidade de Harvard e seus pesquisadores estão na vanguarda de uma descoberta que poderia mudar a história.

Conforme revelado, este desenvolvimento poderia contribuir para a proteção dos astronautas e sua saúde ao sair da órbita terrestre. Durante as missões espaciais, os profissionais estão expostos a diversas condições adversas que afetam negativamente seus corpos.

Por isso, a hibernação surge como uma resposta. Aquele estado de inatividade utilizado por certas espécies para sobreviver em condições extremas, ofereceria um paralelo natural ao que Harvard busca replicar em humanos para enfrentar os desafios do espaço.

Assim, de acordo com os cientistas, a hibernação permitiria que os astronautas contornassem condições como a exposição à radiação e a atrofia muscular, mantendo seus corpos em um estado preservado por períodos prolongados.

SNC80: O medicamento criado em Harvard

No entanto, este medicamento não é apenas destinado ao setor espacial. Também é mencionado para transplantes de órgãos e para garantir a sobrevivência em caso de lesão traumática.

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"Propusemo-nos identificar potenciais fármacos que pudessem abrandar o metabolismo e imitar estados normalmente induzidos pela hipotermia ou hibernação. Precisávamos de uma abordagem que fosse induzível em menos de uma hora e reversível de forma segura, com funções teciduais importantes que voltassem ao normal em 24 horas", explica a pesquisadora Megan Sperry.

“A capacidade de induzir rapidamente um estado reversível de suspensão da animação através de uma injeção em centros de atenção à saúde poderia permitir novas abordagens terapêuticas para retardar os efeitos de traumas e infecções agudas, aumentando a sobrevivência em diversos ambientes, desde exploração militar e espacial até emergências de saúde civil, como acidentes de trânsito, ou limitar os danos causados por acidentes vasculares cerebrais”, acrescenta Donald Ingber, autor principal do estudo.

No entanto, o medicamento chamado SNC80 é apresentado como um avanço significativo no campo da medicina, pois além de induzir um estado de hibernação, foi comprovado que até agora não causa nenhum tipo de dependência.

Ainda faltam várias fases no desenvolvimento do SNC80, mas a Universidade de Harvard sabe bem o que está fazendo e espera poder em breve oferecê-lo abertamente às entidades que o solicitarem.

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