Brasil

Cientistas descobrem que a Pequena Nuvem de Magalhães não é o que parece

Duas galáxias ocultas em uma?

JWST mostrando a pequena nuvem de magalhães. NASA/ESA/CSA

Um estudo recente liderado pela astrônoma Claire Murray do Space Telescope Science Institute em Maryland revelou uma descoberta surpreendente sobre a Pequena Nuvem de Magalhães.

ANÚNCIO

Este estudo, que em breve será publicado no ‘The Astrophysical Journal’ e já está disponível em arXiv, sugere que o que se acreditava ser uma galáxia é, na realidade, duas galáxias distintas.

Duas galáxias ocultas em uma?

Localizada a cerca de 199 mil anos-luz da Terra, este corpo celeste tem intrigado os astrônomos com sua forma irregular e estrutura complexa por mais de 500 anos.

De fato, a Pequena Nuvem de Magalhães, visível nos céus noturnos do hemisfério sul, foi inicialmente descrita pelo explorador italiano Antonio Pigafetta como uma 'nuvem de névoa' durante a expedição de Magalhães no século XVI.

Agora, esta análise revelou dois conjuntos estelares distintos na Pequena Nuvem de Magalhães, separados por vários milhares de anos-luz e com diferenças nas abundâncias de 'metais', ou elementos mais pesados que hidrogênio e hélio.

Dessa forma, embora as Nuvens de Magalhães sejam conhecidas por serem galáxias anãs satélites da Via Láctea, essa descoberta sugere que a pequena galáxia, que tem aproximadamente 18.900 anos-luz de diâmetro, contém dois conjuntos estelares separados por vários milhares de anos-luz.

Para chegar a essa conclusão, Murray e sua equipe analisaram os movimentos de nuvens de gás e estrelas jovens na Pequena Nuvem de Magalhães.

ANÚNCIO

Utilizando as 36 antenas do radiotelescópio Square Kilometer Array Pathfinder na Austrália e dados da missão europeia Gaia, descobriram-se dois ‘parches’ distintos de gás e poeira que geram estrelas, com diferentes abundâncias de elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio.

O que vem a seguir para a Pequena Nuvem de Magalhães?

De acordo com os pesquisadores, tanto a Pequena como a Grande Nuvem de Magalhães estão destinadas a ser eventualmente 'devoradas' pela Via Láctea devido à sua imensa gravidade.

Embora a Grande Nuvem tenha forma de disco e seja mais massiva, a Pequena Nuvem, menos massiva e de forma irregular, tem sido historicamente considerada um "desastre de galáxia" devido à sua estrutura tumultuada.

O estudo também questiona se esses dois objetos são independentes ou partes de um mesmo objeto fragmentado por forças gravitacionais.

A semelhança em massa das duas nuvens sugere que elas poderiam ser independentes, o que desafiaria a crença de que a Pequena Nuvem de Magalhães é uma única entidade.

ANÚNCIO

Tags


ÚLTIMAS NOTÍCIAS