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O enigma do cientista que desapareceu após descobrir a antimatéria: o que aconteceu com Ettore Majorana?

A história de Ettore Majorana, o físico cujo destino ainda é um enigma, é tão fascinante quanto misteriosa

Ettore Majorana / WIKIMEDIA COMMONS
Ettore Majorana / WIKIMEDIA COMMONS Misterioso desaparecimento

Até hoje, existem mais dúvidas do que certezas em relação a este caso. Em 1938, este cientista deixou uma série de mensagens criptografadas antes de desaparecer sem deixar rastro.

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O seu desaparecimento gerou numerosas teorias: desde um possível suicídio sobrecarregado pelo potencial destrutivo das suas descobertas, até rumores de que viveu secretamente como mendigo ou monge.

Ettore Majorana: o gênio desaparecido

Nascido em 1905 na Sicília, Ettore Majorana fazia parte de uma família abastada e mostrou desde jovem seu talento para a matemática.

Seu caminho o levou a estudar física em Roma, sob a tutela de Enrico Fermi, outro renomado cientista.

Majorana destacou-se no estudo da física nuclear e de partículas, e é conhecido por sua teoria sobre a existência dos nêutrons e pela partícula que leva seu nome, que é capaz de se autodestruir, pois é ao mesmo tempo matéria e antimatéria.

No entanto, em março de 1938, Majorana retirou uma grande quantia em dinheiro, comprou uma passagem para Nápoles e enviou várias mensagens desconcertantes para depois nunca mais ser visto.

Um desaparecimento enigmático

Uma das mensagens, dirigida a Carrelli, diretor do Instituto de Física da Universidade de Nápoles, indicava uma decisão "inevitável" e um desaparecimento iminente.

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“Eu tomei uma decisão inevitável. Nela não há egoísmo. Mas eu sei que minha inesperada partida será um inconveniente para você e os estudantes. Peço que me perdoe, principalmente por ter deixado de lado a confiança, a sincera amizade e a generosidade que você me mostrou”, pode ser lido na carta.

Outra carta, encontrada em seu quarto de hotel, pedia aos seus entes queridos para não vestirem luto por mais de três dias.

Claro, as teorias sobre o seu desaparecimento são variadas. Alguns acreditam que Majorana cometeu suicídio, preocupado com as implicações de seu trabalho no desenvolvimento de armas nucleares.

Outros sugerem que ele pode ter fugido para a América do Sul ou vivido em reclusão em um monastério italiano. Também há aqueles que acreditam que ele se tornou um mendigo.

Um mistério que persiste até os dias de hoje

O certo é que a busca por respostas para o seu desaparecimento e o estudo da quase partícula de Majorana continuam até hoje.

Alguns pesquisadores, como Francesco Guerra e Nadia Robotti, propuseram teorias baseadas em novas evidências, incluindo cartas e documentos que poderiam lançar luz sobre esse mistério, de acordo com o compartilhado pelo ABC.

A curiosa conexão entre a enigmática vida de Majorana e a elusiva partícula que leva seu nome continua intrigando a comunidade científica e é um lembrete de que, às vezes, a vida de um cientista pode ser ainda mais fascinante do que os fenômenos que eles estudam.

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