Brasil

‘Auroras SpaceX’: cientistas em alerta devido a buracos vermelhos na atmosfera causados pelos foguetes de Elon Musk

A comunidade astronômica ainda está avaliando seu impacto na Terra

Gran estela de luz roja dejada por un cohete de SpaceX al abrir un agujero en la ionosfera sobre Arizona, julio, 2023. (Crédito de la foto: Jeremy Perez)
Grande brilho de cor vermelha visto no Arizona em 2023. (Crédito da foto: Jeremy Perez) Grande brilho de cor vermelha visto no Arizona em 2023. (Crédito da foto: Jeremy Perez)

O aumento dos lançamentos espaciais trouxe consigo uma série de fenômenos que estão sendo estudados pela comunidade científica. Entre eles se destacam os buracos na ionosfera, conhecidos informalmente como ‘auroras SpaceX’, que têm desconcertado a comunidade devido à sua semelhança com as auroras boreais.

ANÚNCIO

Estes buracos de cor vermelha foram vistos após diferentes lançamentos de foguetes, especialmente os realizados pela SpaceX, que encerrará o ano com quase cem missões ao espaço.

As ‘auroras SpaceX’ não são auroras boreais

Esses eventos, caracterizados por um brilho avermelhado e esférico, ocorrem após a reentrada da segunda etapa de foguetes como o Falcon 9 na atmosfera.

Embora a denominação ‘auroras SpaceX’ possa parecer poética, na realidade, esses buracos resultam dos gases liberados pelos motores, ricos em vapor de água, que reduzem a ionização local em até 70%.

Este processo químico específico é responsável por conferir ao fenômeno sua distintiva cor vermelha.

“Vemos de dois a cinco deles por mês”, afirmou Stephen Hummel, do Observatório McDonald no Texas, que abordou esse assunto em um portal especializado em Espaço.

Possível dano a longo prazo

A ionosfera, uma camada de gás ionizado localizada entre 50 e mil quilômetros acima da superfície da Terra , desempenha um papel vital na proteção contra a radiação solar, além de exercer influência nas comunicações e na qualidade dos sinais de GPS.

ANÚNCIO

Neste caso, uma ‘aurora SpaceX’ pode se manifestar aproximadamente 90 minutos após o lançamento, durante a reentrada da segunda etapa do foguete.

Nesta fase, o motor expulsa cerca de 180 kg de gases, principalmente água e dióxido de carbono, gerando um buraco na ionosfera.

O que sabemos até agora?

Embora seu impacto esteja sendo avaliado, a atenção está cada vez mais voltada para os possíveis efeitos desses lançamentos na ionosfera.

"A frequência dessas nuvens vermelhas pode aumentar à medida que a SpaceX realiza mais lançamentos no futuro", disse Hummel ao veículo citado, acrescentando que:

“Ainda está sendo avaliado o impacto na ciência astronômica. Os satélites Starlink são um problema conhecido, mas os efeitos dos lançamentos de foguetes em si é uma área de crescente preocupação.”

Assim, esse fenômeno ainda desconhecido levanta uma série de perguntas sobre seu impacto a longo prazo, destacando a crescente preocupação científica com os efeitos das atividades espaciais em nossa atmosfera.

ANÚNCIO

Tags


ÚLTIMAS NOTÍCIAS