O avanço da ciência e da tecnologia afeta indiretamente o esporte de alto rendimento em todo o mundo. Uma nova modalidade chamada doping genético ameaça influenciar os resultados dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e dos eventos esportivos de um futuro não tão distantes.
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A prática de doping existe desde a invenção do esporte. A história registra inúmeros casos de atletas consumindo uma substância que os ajudou a melhorar seu desempenho durante uma competição.
Com o passar dos anos, foram desenvolvidos medicamentos para melhorar o processo de recuperação muscular, fadiga e aumentar a resistência em um esporte.
A Agência Mundial Antidoping (AMA) identifica todas essas substâncias e aqueles que praticam isso acabam sendo submetidos a sanções severas.
Mas agora surge um novo método que se encarrega de modificar diretamente a genética de uma pessoa, para melhorar o desempenho esportivo, o que seria muito difícil de detectar pelos médicos da AMA através de uma simples amostra de sangue.
De acordo com a resenha do Bio Bio, algumas das técnicas de dopagem genética identificadas são:
- Terapia genética: Um gene artificial é introduzido no corpo do atleta para produzir uma proteína que melhora o desempenho, como a eritropoietina (EPO), que aumenta a produção de glóbulos vermelhos.
- Modificação de DNA: O DNA do atleta é modificado para produzir uma versão mais eficiente de uma proteína natural, como a miostatina, que limita o crescimento muscular.
- Edição genética: A técnica CRISPR-Cas9 é utilizada para editar o DNA do atleta e corrigir mutações genéticas que poderiam afetar seu desempenho.
Como é que eles conseguem detectar quem se submete a estes procedimentos?
Atualmente não existe nenhuma técnica 100% eficaz para detectar quando um atleta tenha se submetido a dopagem genética. No entanto, a AMA está trabalhando em vários procedimentos que poderiam ser alternativas para identificar quando ocorre essa violação.
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O melhor é o passaporte biológico, um registro dos dados biológicos de um atleta, como seu perfil sanguíneo e urinário. Esses dados podem ser usados para detectar alterações que possam estar associadas ao doping genético.
Com o passaporte biológico, outros métodos poderiam ser aplicados, como a análise de RNA mensageiro, testes proteômicos, análise de metabólitos e estudos de imagens que detectam mudanças na estrutura muscular.